Relações sexuais é um tema sempre em voga na sociedade. Em se tratando, pois, de relações sexuais no judaísmo quando ocorridas fora do casamento o assunto torna-se ainda mais relevante.
O casamento é algo extremamente sério, uma instituição divina, não algo que o homem inventou.
Assim, de acordo com a Cabalá, no momento do casamento dá-se o encontro de duas almas gêmeas. Há almas femininas e masculinas, que vão se encontrando.
O momento correto da união destas almas, a fim de que se reencontrem mais uma vez, após 20 ou 25 anos de separação, é sob chupá, na hora da cerimônia religiosa.
Aliás, é quando o noivo coloca o anel no dedo de sua esposa, sob a chupá, o pálio nupcial. Acontece então o que em hebraico chamamos de kidushin, santificação do casamento.
A ordem das coisas inclui as relações sexuais no judaísmo
Primeiramente, dá-se a união espiritual (casamento religioso), porém, logo depois, obviamente,resulta também em uma união física.
Quando se “queimam etapas” e a ordem das coisas é alterada, há uma grande confusão. Toda a ordem que D’us colocou é revirada.
A Torá não proíbe o ato sexual em si aos cônjuges casados, exceto com a esposa que não fez o mikve.
Mas ela diz que estas devem ocorrer na hora certa, com a pessoa certa.
Assim, cuidar para que este ato aconteça no momento certo e não antes do tempo é, sem dúvida alguma, uma forma de melhorar a vida conjugal do casal.
O tempo revela-nos sabedoria
Tudo tem seu tempo e o que a Torá e o judaísmo nos ensinam, principalmente, é saber respeitar este tempo.
Isto traz respeito mútuo e uma disciplina que nos acompanharão durante toda a vida. Assim o casal terá uma vida conjugal saudável, com amor e respeito mútuo.
Muitas vezes se durante a fase do “namoro” o amor entre o casal já está vinculado ao aspecto físico, este torna-se cego. Isto não permite aos noivos discernirem de maneira objetiva sobre qualidades e defeitos de seus parceiros.
Portanto, é através do amor sem relacionamento físico que a pessoa conhece melhor o seu companheiro,
Atualmente psicólogos concluíram que a prematura liberação sexual na juventude provocou a perda de interesse sexual em muitos casais.
Nem sempre a precocidade traz benefícios. A forma correta de agirmos é aquela que a Torá recomenda, ou seja, a de que deve haver ordem nas coisas. Essa a visão das relações sexuais no judaísmo.
(Matéria publicada na Revista Morashá em abril de 1997)