... É sabido que, em relação à declaração Talmúdica “Chizkiyahu ocultou o Livro das Curas”1, o Rambam já [explicou e] e fez a advertência para que isto não fosse entendido como uma condenação das artes médicas, mas que o “Livro das Curas” continha segulot [compostas de formas de cura baseadas em cartas astrológicas]2.
É verdade, “Foi dada a permissão ao curador para curar”3, (e conforme a Chassidut, [este versículo não apenas outorga permissão, mas] também fortalece o curador a ter sucesso em sua cura).
Embora o Ibn Ezra sustente4 que esta [permissão para curar se estende] apenas à cura de órgãos externos e não os órgãos internos5, a regra generalizada aceita e a conduta predominante entre todos os judeus são as consonantes com o Rambam – que a medicação é usada [mesmo para a cura de órgãos internos] bem como para confiar em D’us de que Ele enviará as Suas “palavras de cura” por [meio] de “um determinado médico e de uma determinada medicação”.
(Igrot Codesh, vol. 4, p. 444)
1. Berachót 10b; Pessachim 56a.
2. Comentários do Rambam sobre a Mishná, Pessachim, conclusão do cap. 4; More Nevuchim 3:37.
3. Berachót 60a.
4. Êxodo 21:19.
5. Veja também a introdução do Ramban a seu comentário na Torá, bem como o seu comentário no início da porção Bechucotai, citado em Taz em Yorê Deá, início do cap. 336.